Tigre é daquelas coisas muito especiais a aparecerem por aí. Primeiro, porque é o EP mais completo que tem aparecido nos últimos tempos, se bem que os 35 minutos de duração ajudam. Segundo, porque é da melhor electrónica que tem surgido. Terceiro, porque serve um propósito de influências Dance e não só que tornam tudo isto numa mistela electronicó-cultural impressionante. Vejamos:
Uma Vida Pela Frente é um festim de electrónicas progressivas que desata a determinada altura num delírio sonoro; Eu E Tu (Ela) é música de bater o pé com uma bassline matadora e uns samples vocais bastante interessantes (a lembrar qualquer coisa muito funk); Mortalha Barato é aquela música para droga que não pode faltar num álbum que traz consigo o conceito Dubstep: uma espécie de reggae distorcido sob uma batida e um bass muito dub; Mourão Dub, por sua vez, é o mais estranho e talvez melhor momento do EP, uma música de fusão que junta uma espécie de acordeão obscuro com uma bassline e alguns arranjos muito pop/rock; Essa Cana Aí explora samples de forma excelente e fornece-lhes uma atmosfera muito Dubstep; Bitch Queen Boogie tem tudo o que o seu nome indica: anos 80, trompetes da época e ainda uma batida muito cool que parece ter saído da primeira House e descende um pouco do Disco; Amar Assim põe um fim ao muito bom EP e é também uma música muito complicada de descrever, que vejo como uma fusão da primeira e segunda faixa, com uma guitarra muito bem metida pelo meio.
E com uma descrição destas, podia este não ser um EP que vale a pena?
* e só para pôr algum defeito à coisa, o artwork está muito mau.